sábado, 30 de maio de 2009

AULA DE ANTROPOLOGIA

To morrendo de sono e esse tempo que não passa...
Já imaginei toda a minha vida, como tudo aconteceu e podia ter acontecido. Desde os tempos da pequenez, coisas que a mãe falava sobre o fato de eu não saber sentar, engatinhava e caía, com queixo no chão que sempre ficava ferido. Mas estou aqui e pelo visto não bato mais o queixo ao chão. Aprendi a caminhar, levantar e de vez em quando uma topada.
Das lembranças infantis, as petecas na areia, a bola velha no campinho de futebol, e aquele hábito infeliz de sempre cair do pé de seriguela em frente a casa de madeira alugada e velha em que morávamos, e quantas quedas ainda vieram, e cá estou eu em pé ou pelo menos pareço estar.
Ah! Os banhos nas cachoeiras, nem lembrava mais deles, como era fascinante imaginar a quantidade de água que caía e quanto litros de suco dava pra fazer, sempre achei isso um tanto quanto sem sentido, mas nunca me vinha algo diferente a cabeça. Boas inbecilidades eram aquelas.
Os amigos da rua, a bicicleta e as lombadas, numa estrada de terra batida o asfalto era um sonho distante. Os gritos daqueles que saltavam mais alto ecoavam no tempo, hoje eles chegaram aos meus ouvidos novamente. OPA! Presente, professora! A aula acabou e os devaneios se foram, não era o grito dos velhos amigos.

terça-feira, 19 de maio de 2009

INTERCRÔNICA NORDESTE


Logo às seis da manhã, com uma dor de cabeça que me corroía os neurônios, ouvia o chamado da responsabilidade. Levantei, fiz o café, tomei banho e comi como de costume na labuta diária. Mas este sábado seria diferente de todos os outros e eu nem imaginava.
Antes de mais nada é necessário dizer que eu levantei com uma puta dor de cabeça porque tinha ido dormir extremamente tarde depois que o corpo de bombeiros foi embora. Isso mesmo, corpo de bombeiros! Na noite anterior eu havia ficado trancada pelo lado de fora, junto com minha mãe e o hóspede que participava do congresso junto comigo e dormia em minha casa. Que coisa! Mas eu sempre havia sonhado em ser socorrida pelo corpo de bombeiros, afirmo que não foi uma experiência lá das melhores. O carro deles apareceu depois que passamos meia hora no telefone tentando convencer um bombeiro que aquela ligação não era um trote. Bênçãos, ele acreditou, e só assim fomos socorridos. Por causa deste fato um tanto quanto inusitado varei a noite acordada.
Tinha que estar na Universidade às sete horas da manhã, infelizmente isso foi impossível, o cansaço do corpo não me permitia tal proeza. Mesmo atrasada consegui estar lá às oito. A oficineira a qual eu estava monitorando ficou preocupada, junto com o professor Orlando, que era o responsável pela divisão das oficinas, naquele Intercom Nordeste; tudo isso por causa do atraso de uma hora, o que já era considerável. Quando eu cheguei fui explicar para o professor o que tinha acontecido, imaginem só como ele riu da minha cara, pedir socorro aos bombeiros para entrar em casa era muito engraçado!
Fiquei na oficina que já estava no último dia, muito interessante por sinal, pois falava sobre comunicação e cidadania. Depois de um acalorado debate sobre cotas raciais, meu coração, que já estava acelerado por causa da discussão na oficina ficou mais atormentado quando se aproximava a hora em que eu tinha que apresentar o meu trabalho. Era uma crônica, ela havia sido selecionada para o Expocom. Fui, apresentei e tudo aconteceu da melhor maneira possível sem nenhum problema, graças a Deus!
O almoço foi bem mixuruca, o restaurante universitário naquele dia não tinha caprichado em nada na refeição, de qualquer maneira almoçamos e a fome passou. Voltamos para ver mais apresentações do Expocom, chegamos e já estava na última, um livro-reportagem sobre a loucura. Quanta coincidência, mas a jovem que falou sobre loucura não tinha dinheiro pra voltar, nem eu e meus amigos para dar a ela. Adivinhem o que fizemos, aquilo que fazemos de melhor, um pedágio pelas salas e corredores da UFPI, e em menos de uma hora esse problema estava resolvido e jovem alagoana já podia comprar sua passagem e voltar para casa.
Tomamos sorvete, comemos e bebemos chegou à hora de assistir ao último painel e esperar ansiosamente pelo resultado do Expocom. Depois de muito ouvir sobre cibercultura e mundo digital, a hora do resultado havia chegado. Ansiosa e junto com os amigos fui ao auditório receber o resultado. A jovem alagoana que por sinal tem nome de flor, Acácia, ganhou com o melhor livro-reportagem. E eu que nunca tinha ganhado nada também. Viva, agora Curitiba nos espera!
Os amigos, confesso, estavam mais confiantes que eu, mas como tudo tem uma primeira vez, como dizem os otimistas e a história, a minha tinha chegado e o coração estava inundado de felicidade, nem lembrava mais da dor de cabeça e do desespero de outrora, tudo agora são sorrisos e abraços. E reproduzindo o grito na hora do resultado, é Piauí Caralho!