quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A caneta, o porta-treco e o bloquinho colorido

Numa certa noite chegaram a memória recordações não tão longínquas assim, depois de uma faxina eufórica em minha casa porque percebi que muitas coisas estavam ali acumulando poeira. Resolvi então jogar tudo fora, peguei um paninho e tirei a poeira das coisas que ainda eram aproveitáveis, o que não era ia direto para o lixo. Nesse entre meio de joga e não joga encontrei uma caneta que eu havia ganhado no último reveillon, ela possuía uma inscrição, era Radial, até hoje não sei o que significa, imagino que tenha alguma relação com a marca.


Aquela simples caneta que aparecia a ponta quando a gente virava seu tubo promoveu em meu rosto um gracioso sorriso e um parar no tempo porque os pensamentos levaram consigo a iniciativa da limpeza. Quem me olhasse naquele momento pensaria que eu tinha descoberto a pólvora e nada disso só tinha encontrado uma lembrança. Depois desse achado quase que arqueológico, outros artefatos apareceram junto com o objeto que riscava azul. Era um porta-treco do Banco Bradesco, da campanha publicitária “Presença”, e a palavra valeu nos sentimentos e marcou mesmo presença.


Como todo e qualquer jornalista receber uma caneta e um porta-treco é sempre maravilhoso, dois artefatos para o exercício da profissão. Que delícia, ora reencontrar essas pequenas souveniers. O termo é inglês e significa algo próximo de presentinho. Todavia penso eu que a palavra que nós usamos em português é mais delicada e simpática, gentil talvez, usamos lembrança! Eis aí possivelmente os motivos que me levaram aquele momento de extasia, eu me lembrei de quem me presenteara e de quão bom foram os momentos vividos juntos com o gentil cavalheiro que lembrou de me dar algo.


Olha que cômico a minha pergunta depois de receber as duas lembrancinhas.

- Adoro bloquinhos de papel, você tem algum? E a resposta foi imediata para este singelo questionamento.

– Até que eu tinha, mas não trouxe, deixa para próxima vez! E assim realmente o foi, três semanas depois desse encontro, deu a louca e resolvia passra o final de semana na praia, na capital de minha terra, a ilha do amor. Na bela São Luís eu reencontrei o jovem cavalheiro, e novamente os bons momentos vieram à tona, juntos com muitas gargalhadas, bobeiras ditas e uma competiçãozinha idiota entre amigos para decidir qual o melhor estado, Maranhão, Pará ou Pernambuco, claro que disso nunca chegamos a uma conclusão. E o gentil rapaz contribuiu para muitos desses momentos!


Imaginei que ele tinha esquecido do breve dialogo de uma quinzena atrás mas também não tinha importância eu estava tão feliz que isso já não fazia mais sentido. E de repente como ele sempre faz, uma surpresa, estava lá ele em colocando em minha mochila, já na rodoviária, um bloquinho de papel colorido, com papéis de lembrete de cindo cores diferentes, laranja, rosa, amarelo, verde e azul nesta ordem. Exatamente neste momento e eu fiquei demasiadamente sem palavras e encantada com tamanho gesto de afetividade.


Agora eu já tinha todas as armas que um profissional da informação poderia precisar e que bom porque foram esses três pequenos objetos que me ajudaram a mudar de atitude quanto a maneira que eu direcionava eu meu modo de trabalhar. A mudança aconteceu também no âmbito sentimental, e o coração resolveu ficar mais leve e obstinado a fazer valer a pena, a alma cresceu! Pelo visto nunca tinha encontrado bons motivos para realizar uma limpeza doméstica, é isso!


O meu bloquinho colorido, minha caneta e o meu porta-treco estão aqui pertinho de mim enquanto escolho palavras e as alinho em forma de um texto. Ao que me parece à limpeza não foi só no lar, foi em tudo inclusive nos detalhes. Prazer em conhecê-lo meu nobre rapaz e obrigada por fazer parte da minha vida a partir do momento em que a festa começou, ou será que foi no achado meio que arqueológico, enfim agora, vai ter que ir para um museu de novidades!