Um dia resolvi mandar
uma mensagem para uma das minhas melhores amigas e convidá-la para
fazer uma viagem em novembro. Eu, de longe, tenho muito apreço por
ela, que é a melhor companhia de viagens do mundo, pelo menos para
mim. E me perdoem os demais amigos, eu precisava dizer isso, porque
tal informação faz diferença nessa história.
Decidimos que iríamos
mesmo a Jericoacoara e pagamos tudo. Só restava esperar chegar à
data e partir. Entretanto uma sequência de fatos mudaria toda a
tranquilidade que buscávamos nessa nova aventura. Os anúncios de
shows em Teresina. Isso gerou uma sequencia de fins de semana
ocupados por pura e simples diversão. E então do dia primeiro ao
dia 30 de novembro de 2013 tudo foram histórias. As mais engraçadas
e memoráveis possíveis, que cada uma daria um conto.
“Eu quero um amor que
seja bom mim”, cantou o Frejat, mas o que arrepiou mesmo foi o
“exagerado, jogado aos teus pés”. E de cara o primeiro dia de
novembro nos mostrou que o que queríamos era de fato nos jogar aos
pés do extremo exagero, podia ser até calçadas no all star do
Nando Reis, que também brilhou naquela noite. Tudo muito lindo, tudo
muito legal, mas o melhor foi às falas da Polly (a viajante) e da
Ingrid. Meninas, eu percebi de perto que tangiroscas alteram o
raciocínio e o dito. Assim o mundo faz mais sentido. Samira, o que
diabos, aconteceu com o seu pé? E porque fumar crack em Ibiza?
Pessoas sérias vocês!
No show do Capital
Inicial estávamos ricas e fomos de front. Claro, tem que ter alguma
vantagem em ser jornalista. De vez em quando esses mimos alegram a
nossa vida. E como disse o Dinho, o show foi resumido em duas
palavras: DO CARALHO! Todo mundo gritou junto, evidentemente
lembrando a sequencia de termos dito pelo cantor no último rock in
Rio, só faltou o Sarney. Dinho é muito sério!
Depois, veio o velho do
Avorrai. Ah, tínhamos que ir de qualquer modo ao show do Zé Ramalho
porque ele já está velho, foi internado e poderia morrer antes que
víssemos um show dele. Isso não poderia acontecer! Eis que fomos, e
nesse foi todo mundo mesmo. Sávia um beijo para você, que agregou
valor e #statis. A gente quer sempre que vá, viu. Pessoa séria
você.
Já no meio do mês
chegou a hora de pegar o busão e ir para Jeri. Eu e Polly não
sabíamos falar em outra coisa, nossos amigos já estavam achando
chato. E piorou depois que a viagem acabou, só digo isso.
Chegamos para pegar o
ônibus, depois de muita dificuldade para achar o local exato
embarcamos. Já no Ceará, em Jijoca eu percebi que jardineira é o
mesmo que pau de arara e eu nunca tinha andado. Subimos no pau de
arara, atravessamos as dunas, muito lindo por sinal, avistamos a vila
de Jericoacorara e ficamos mais felizes. Era um sonho se realizando.
Meu amigo, deu mal tempo tomar café e um banho, quando nos avisaram
que a Lagoa do Paraíso era o destino. Com um nome desses era só o
que eu precisava. É o paraíso. E ainda tiramos as fotos nas redes
que ficam dentro d’água. Oh invenção genial. Logo pela manhã a
gente conhece a Ludmila, uma mineira muito “nuuuu” e o Neto,
piauiense típico. Ah, a gente conheceu o W.e também, mas ainda não
sabíamos disso. Arrocha, menino, vocês tudim são pessoas sérias.
Também vimos o por do sol na duna de mesmo nome, levamos uma taca de
areia, porém lindo.
Na mesma noite, fomos
tomar mojitos, caipirinha, maracujarosca, cajarosca e Zogori. Por
falar em Zagori – uma bebida destilada de uva de origem grega –
teve o Demóstenes, um grego legal que não tinha nada de deus. Só
gente mesmo. Também muito sério. E a folia da noitada foi marcada
pelo We ensinando a dançar o Arrocha, segundo ele a dança é
fundamentada em dois passos: os pés devem desenhar um W, e depois
voltar em “e” minúsculo. Taí a causa o apelido do Gabriel. Ele
tinha passado o dia ouvindo as nossas conversas na lagoa do Paraíso,
sem dar um piu, quando a Lud chegou no hostel e percebeu que o bixim
estava no mesmo quarto que ele. “Ohhh, vem com a gente, tu tava
sozinho, lá na lagoa”, disse. W.e responde que até pensou em
falar, mas desistiu e ressaltou que sabia de tudo que tínhamos
conversado. Baiano esperto deve até ganhar o reconhecimento de
indicação geográfica, como um ilustre de Feira de Santana. Pessoas
seríssimas!
No outro dia, veio à
pedra Furada, longe pra caralho, lagoa Azul (não é o filme, mas
poderia), arvore da preguiça, e a Lagoa do Paraíso de novo, porque
bom mesmo é o paraíso. Na noite, veio o caipirão, o Breno e o
forró da Dona Amélia. Só foi triste porque o W.e foi embora.
Explico-me, caipirão é uma caipirinha de 800 ml e que a dose é um
copo americano. Valha-me como a gente foi feliz! O forró veio depois
dos caipirões, pense aí! Breno, um pernambucano que tomou mais de
dois caipirões, é caba muito sério. Até para ficar repetindo o
nome do Demóstenes em pernambuquês. Tão bonitinho. A manhã chegou
e vimos o amanhecer na praia. Acabou a viagem e voltamos sem olhar
para trás e repetindo que lá era o melhor lugar do mundo. Vamos
voltar Jeri, pode esperar.
O sábado seguinte,
veio com todo o dadaísmo do Djavan. E eu revirei o coração ao
ouvir Samurai. Agregamos a Lud em nossas vidas, o que foi
sensacional. Djavan foi tão zen! Na saída quase não conseguíamos
pegar um táxi, que dirá três. Nesse momento de luta para voltar
para casa resolvemos que iríamos todas deixar uma garotinha em São
Luís, a Andressa , filha da comadre da minha mãe, que passaria as
férias na ilha. Cheguei a conclusão que levar adolescentes para
outras cidade poderia ser a minha profissão. Antes de chegarmos a
ilha maranhense, nos deparamos com um manifestação, e ficamos
parados na estrada.
A estadia na ilha do
amor, foi muito divertida e exótica. Exotismo também presente no
povo maranhense, eu sou maranhense, é importante ressaltar. Fomos ao
reggae no bar do Nelson, e a Polly quebrou uma garrafa de cerveja
alheia e foi coagida a dançar, não deu muito certo para o dono da
tal cerveja. Ele não era uma pessoa séria. Depois vieram a praia, o
sol, os azulejos do centro histórico, o sorvete de coco na colher,
os doces de espécie, o taxista Leandro péssimo informante sobre
baladas legais. O Com Certeza, com certeza não é um lugar
descolado. Na hora de voltarmos, bom aí já era dezembro.....