Todos
nós já ouvimos alguma história absurda sobre o sistema de saúde brasileiro, ou
de algum mau atendimento vivenciado junto a médicos, ou outros profissionais da
saúde. A questão da qualidade do atendimento tomou uma dimensão maior ainda
depois do anúncio do programa Mais Médicos pelo Governo Federal. A classe
médica questiona a validação dos diplomas dos médicos estrangeiros e exige que
isso seja feito de modo tradicional, já o governo alega que os profissionais
brasileiros preferem não trabalhar no interior país, por isso a contratação dos
“gringos”, no objetivo de atender esta demanda.
A
questão é mais problemática do que a dicotomia entre classe e governo, e o que
cada um quer. Uma coisa é certa, o sistema de saúde do país é precário e falta
atendimento de qualidade em qualquer canto: centro urbano e interior. Raros as
ilhas de referência em saúde, um ou outro hospital em poucos estados e perdidos
na imensidão de filas de pacientes que esperam por sua vez e atendimento. Não é
possível balizar a qualidade da saúde por estas ilhotas.
No
geral, o brasileiro passa horas para ser atendido, e quando é encontra
plantonistas esgotados e uma recepção - que na maioria das vezes - os deixam
pior, de tão lamentável que é. E não é apenas culpa dos profissionais que
esquecem a tal da educação moral e cívica em casa, antes de começarem o seu
longo dia de trabalho em um hospital. É também do governo que esquece que atendimento
em saúde não depende apenas de pessoas, mas também de equipamentos que garantam
o necessário para que aquele profissional possa efetuar seu trabalho. É um
problema estrutural.
Os
cursos universitários ofertam disciplinas de sociologia da saúde para tentar
lembrar aos futuros profissionais que pacientes não são clientes, ou seja, um
negócio. Que humanos precisam ser tratados como tal e os alunos, no geral,
odeiam essas cadeiras. “Não nos leva nada saber uma besteira dessas, isso não
vai salvar vidas”, dizem alguns. E os gestores públicos parecem acatar ao pé da
letra afirmações como essa e falta investimento em humanização da saúde.
Caros, morfina não é eficaz para curar nada. Ela é servida aos pacientes com dores extremas para aliviar o sofrimento. Esse embate entre os defensores do programa Mais Médico e a classe médica, remói o antigo e vivo problema na saúde brasileira, é um sofrimento extremo. São dois lados com revindicações válidas, é preciso que os médicos cheguem ao interior, mas que eles não cheguem sozinhos. Que venham com máquinas de raio-X, com UTI’s, com equipes, com medicamentos básicos e com tudo o que é preciso. Do contrário, só estarão servindo a nós morfina para prolongar a vida.
Caros, morfina não é eficaz para curar nada. Ela é servida aos pacientes com dores extremas para aliviar o sofrimento. Esse embate entre os defensores do programa Mais Médico e a classe médica, remói o antigo e vivo problema na saúde brasileira, é um sofrimento extremo. São dois lados com revindicações válidas, é preciso que os médicos cheguem ao interior, mas que eles não cheguem sozinhos. Que venham com máquinas de raio-X, com UTI’s, com equipes, com medicamentos básicos e com tudo o que é preciso. Do contrário, só estarão servindo a nós morfina para prolongar a vida.