terça-feira, 28 de setembro de 2010

Entre [des]encantos: os peitos da musa

Por Thays Teixeira

Pela primeira vez na história tinha sido lançada uma revista para adultos em terceira dimensão. Encantada, pela idéia inovadora, fui confabular sobre como genial, desafiador e intrigante seria olhar fotografias com a sensação de que os corpos estivessem saindo das páginas.

Com um infeliz costume de imaginar, pensei em infinitas possibilidades que o mundo artístico tinha ganhado já que agora seria possível compor fotografias mais elaboradas e com novas formas, não que eu saiba fazer tal artimanha, não sei. Todavia era uma possibilidade nova para aqueles que sabem fazer esse tipo de trabalho, e para mim que gosto de aprecia-los. Imediatamente articulei que poderíamos ter lembranças de férias ou de viagens em terceira dimensão.

Para afagar a curiosidade de como seriam essas tais fotografias 3D, fui ao salão de beleza acompanhar um amigo enquanto ele cortava o seu cabelo. Como nos salões masculinos revistas de nu artístico são frequentes, achei que seria possível ver a novidade sem que fosse preciso embolsar alguma quantidade razoável de dinheiro. De fato não estava enganada. Encontrei por lá estampada na capa à musa da copa do mundo - que recebeu este título porque aprendeu a colocar um celular entre os peitos, aliás peitos, é o que não faltou naquele ensaio - com uns óculos especiais para fotografias tridimensionais.

De imediato comecei a folhear a revista para que fosse possível afagar a ansiedade pela novidade. Não sei se pela empolgação e pelo excesso de expectativa a frustração foi dantesca. Estava lá eu de frente a um amontoado de fotos embaçadas, que refletiam uma baixa qualidade. Desculpem-me os fãs de peitos, mas aqueles não eram nada encatadores, e quando colocados os óculos de visão especial perdiam ainda mais o encanto, ficavam sem cor, ou com uma cor funesta.

Para quem assim como eu pensava que a tal revista seria uma novidade e um passo a frente na atividade para adultos, continuo preferindo apreciar as belas fotos, de uma das revistas mais vendidas de todos os tempo, aquela de Cléo Pires. Ao meu pobre olhar sua fotos me pareceram mais ousadas, e reveladoras que as tridimensionais da musa.

Nada mais desconfortante e com a sensação de que o corpo está saindo das páginas do que ver aquele sinal obsceno em direção parte de trás do corpo, que Cléo revela em seu ensaio. Ou aquelas infinidades de tatuagens, entrelaçadas por um fascinante jogo de luz e sombra.

[Risos] Quão engraçado foi à desilusão, desta admiradora de fotografias ao descobrir, que o passado, e o arcaico ainda podem se sobressair entre meio ao futurístico, as fotos em duas dimensões da atriz estavam mais encantadoras que as tridimensionais. Prefiro as antigas!

Outro ponto a ressaltar é atividade prática a qual essas revistas costumam servir, ato antigo passado de pai para filhos. Não sei se os fãs de carteirinha das revistas de garotos brincalhões compartilham da mesma ideia que eu, mas que é meio estranho adentrar ao toalete, para brincar de cinco contra um com aqueles óculos bizarros! Continuo preferindo as antigas!