quinta-feira, 5 de abril de 2012

Raízes

Porque eu gosto tanto de aventura? Na realidade eu não sei se gosto, mas elas vivem tomando as rédeas da minha vida.  A última foi na minha querida terra natal, o Maranhão.
            Como a maior parte da minha família ainda mora lá, vivo retornado à cidade de nascimento, Buriti. Um lugar pequeno que carrega todo o bucolismo típico das cidades interioranas e pequenas. Parece até um verso das poesias árcades. Mas, com traços de modernização e da pauperização  promovida por longos anos de gestão política mal exercida. Aquele velho regime sarneylista que dispensa comentários, de como é praticado.
            Tudo parecia tranquilo, passei três dias e iria voltar de ônibus até a cidade vizinha onde meu pai me esperaria para me levar de moto a Miguel Alves, já no Piauí. Esta ultima cidade, é onde os meus pais moram, mesmo em outro estado são apenas 35 quilômetros de distância da minha cidade natal. Quem disse que meu pai apareceu?
            Fiquei de ligar por volta de cinco horas da tarde para confirmar que já estava aguardando ele. No entanto, a operadora de celular estava fora do ar onde o meu pai mora, e ele mesmo sabendo do não funcionamento ficou esperando que eu ligasse. Meu pai, não tem mesmo jeito, será sempre avoado. Não foi me pegar!
            Resultado: Peguei uma corona até a margem maranhense do rio Parnaíba, atravessei de balsa e na outra margem peguei outra carona. Isso já eram quase seis da tarde, horário que passa o ultimo ônibus para Teresina, a capital piauiense, que era meu destino final. Deu certo! Cheguei em Teresina, mas não consegui contatar meus pais, porque a operadora ainda estava sem sinal.
            Já tarde da noite meu pai me liga. – Pelo amor de Deus, onde é que tu está? Estou aqui rodando o Maranhão todo te procurando, tua mãe está quase enlouquecendo. Porque tu não ligou? Eu respondi. – Pai, eu estou em casa em Teresina. E eu liguei feito uma condenada. Mas, a TIM estava fora do ar, o senhor não percebeu, e ainda mais sabia que eu estava lhe esperando cinco horas. Ele continua. – Eita era mesmo, por isso que num dava certo tu ligar. Desliguei o telefone, só de raiva. Conclusão: Tenho quase certeza que o meu pai tem problemas de associar as coisas.
            Nesse dia eu vi um lindo por do sol as margens do velho monge (rio Parnaíba), como é lindo. Acho que isso me fez ver que mesmo com um desafio enorme na frente, ainda é possível terminar de um modo elegante e belo. Adoro as minhas raízes elas são simples e sem luxo, mas são profundas.
            

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