sábado, 12 de julho de 2008

AS FACES DA PRODUÇÃO JORNALÍSTICA NA MODERNIDADE

“O espetáculo em cartaz é a vida.” A frase de Filipe Pena traduz um novo modelo de produção jornalística que por necessidade ou por interesse somente, se adequou ao processo mercadológico. O jornalismo pode ser considerado um mecanismo de produção cultural e de informações, mas atualmente parece rumar para um novo caminho aquele do espetáculo e do entretenimento.
As diversas maneiras de produção no campo jornalístico se modificaram ao longo do tempo. A grande revolução trazida por Gutenberg com os tipos móveis não faz mais sentido na era da informação e das comunicações sejam elas sociais ou não. Os mecanismos de influência desse campo vão bem alem de somente aos receptores, os próprios jornalistas são comandados pelo que produzem e por seus patrões já que em geral trabalham pra uma empresa que busca incessantemente a audiência, mas pensar com a cabeça dos patrões produz uma auto censura. Como driblar o mercado e as pressões hierárquicas em nome da manutenção da qualidade editorial? O marketing se sobressai com maior freqüência no que é produzido pelo jornalismo, sempre tem espaço para os anunciantes, já as matérias sempre têm como enxugar uma “coisinha” aqui e outra ali e assim vai, um jornalismo de produção enxuta e seca no sentido literal da palavra.
Outro problema do fazer jornalístico é bem tangenciado a audiência, aquilo que vende é noticiado o que não, vai fazer parte da produção textual particular do jornalista que esta bem distante dos veículos de comunicação. Nesse sentido nos resta aquela dúvida, o que realmente é notícia? Um homem morder um cachorro deixou de ser noticia a muito tempo e nem tem importância no entanto saber quanto a Playboy vai pagar a Gyselle Soares pra posar nua tem mais relevância, que fique dito comercial porque no que diz respeito do social está bem distante. Esses novos critérios de noticiabilidade questionam o interesse publico o direito por uma informação de qualidade e verossímil, todavia é o que esta sendo feito.
Estes componentes estão longe de produzirem uma democratização dos veículos de comunicação e antes de qualquer coisa da comunicação social em si, um problema de produção e de difusão cultural, mas fazem parte das novas nuances de produção jornalística e por mais paradoxais que pareçam ser rumam para esta lógica afim de uma concretude.

2 comentários:

Jafet disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jafet disse...

esse tema é muito importante na atual sociedade criar essa reflexao
muito bom o texto.