terça-feira, 21 de julho de 2009

No meio das balas: a trama da viúva negra

Imagino que todo ser humano que já freqüentou algum bar escutou histórias bizarras, coisas sem sentido, ou com algum sentido dentro da embriaguez etílica. Mas como essa, jamais vi igual, e é porque tem cada história de bar que eu conheço meu amigo! Que se gastariam páginas para escrevê-las.

Era um domingo à tarde quando começou o que parecia um primeiro encontro, dias depois se descobriria que não era bem assim, em pleno show da Tribo de Jah, numa casa de festas na periferia, onde tiros sempre são elementos de decoração. Apesar de o reggae pregar a paz na maioria de suas letras, costumeiramente as festas regadas a esse som são bastante violentas. E essa não era diferente, as balas decoravam aquele lugar.

O jovem tinha acabado de tocar, antes que começasse a Tribo de Jah é claro, numa banda Full! Mas isso num tem nada de mais e não tem mesmo, porque é só uma contextualização do fato. O que interessa mesmo é que o rapaz estava encostado no muro, olhando o show esquivando das balas. Do outro lado, no outro muro, uma bela mulher com um amigo que por sinal era seu professor, mas o que o professor tem haver com a história? Bom, ele quem convenceu ela a ir à festa, os dois também se esquivavam das balas. Que porra é essa, tantas balas? E elas nem acabaram...

Os dois na mesma festa tinham um amigo em comum, e nem era o professor que só queria ir embora depois de Guerreiros, por causa deste “cabrinha” , o jovem e a bela mulher se encontraram, lógico que a bela mulher com toda sua faceira, já tinha postos os olhos no rapaz do outro do lado do muro. Depois das apresentações, é elas aconteceram, em pleno século XXI mesmo, “trocaram telefone depois telefonaram e decidiram se encontrar”, não resisti a Renato. A bela mulher perguntou o endereço, pegou seu carro e foi ao encontro do rapaz do muro que toca numa banda full.

Já se aproximando do endereço, ela ficou deveras intrigada - Caralho eu já morei nessa rua! – disse ela. Ligou para o rapaz do muro confirmou o numero da casa e ficou mais boba ainda. Aí é que estranho, como já dito o que parecia o primeiro encontro, não era, e nem os desvios das balas eram os primeiros. Um flashback a mente tomou conta dos pensamentos da bela mulher – Meu Deus! Eu já morei naquela casa, e há vinte anos, meu pai entrou em casa atirando, minha mãe pegou-me no colo e correu pulou o muro, do primeiro vizinho, e o meu pai atrás, pulou o muro do segundo vizinho e meu pai continuava atrás, este último ajudou minha mãe, fez meu pai parar de atirar e salvou minha vida e da minha mãe, mas seria muita coincidência. – E ela estava certa, foi justamente na mesma casa que o rapaz do muro morava, e ele era o filho do vizinho que tinha seis anos quando o primeiro encontro e as primeiras balas aconteceram.

Puta coincidência essa! Tenho a impressão que esse romance é um tanto quanto perigoso, os dois se encontram ainda, tem algo muito desejoso e atrativo entre eles, é um fogo, é um tiro, é uma bala, assim o enlace continua, penso eu que até os próximos tiros... e que eles demorem até que a bela mulher consiga aquilo que deseja dele. E como ela mesma diz “só assim eu poderei arrancar a cabeça dele”. Que bela mulher essa viúva negra, não?

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