terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um encontro de pessoas sérias

Um dia resolvi mandar uma mensagem para uma das minhas melhores amigas e convidá-la para fazer uma viagem em novembro. Eu, de longe, tenho muito apreço por ela, que é a melhor companhia de viagens do mundo, pelo menos para mim. E me perdoem os demais amigos, eu precisava dizer isso, porque tal informação faz diferença nessa história.

Decidimos que iríamos mesmo a Jericoacoara e pagamos tudo. Só restava esperar chegar à data e partir. Entretanto uma sequência de fatos mudaria toda a tranquilidade que buscávamos nessa nova aventura. Os anúncios de shows em Teresina. Isso gerou uma sequencia de fins de semana ocupados por pura e simples diversão. E então do dia primeiro ao dia 30 de novembro de 2013 tudo foram histórias. As mais engraçadas e memoráveis possíveis, que cada uma daria um conto.

“Eu quero um amor que seja bom mim”, cantou o Frejat, mas o que arrepiou mesmo foi o “exagerado, jogado aos teus pés”. E de cara o primeiro dia de novembro nos mostrou que o que queríamos era de fato nos jogar aos pés do extremo exagero, podia ser até calçadas no all star do Nando Reis, que também brilhou naquela noite. Tudo muito lindo, tudo muito legal, mas o melhor foi às falas da Polly (a viajante) e da Ingrid. Meninas, eu percebi de perto que tangiroscas alteram o raciocínio e o dito. Assim o mundo faz mais sentido. Samira, o que diabos, aconteceu com o seu pé? E porque fumar crack em Ibiza? Pessoas sérias vocês!

No show do Capital Inicial estávamos ricas e fomos de front. Claro, tem que ter alguma vantagem em ser jornalista. De vez em quando esses mimos alegram a nossa vida. E como disse o Dinho, o show foi resumido em duas palavras: DO CARALHO! Todo mundo gritou junto, evidentemente lembrando a sequencia de termos dito pelo cantor no último rock in Rio, só faltou o Sarney. Dinho é muito sério!

Depois, veio o velho do Avorrai. Ah, tínhamos que ir de qualquer modo ao show do Zé Ramalho porque ele já está velho, foi internado e poderia morrer antes que víssemos um show dele. Isso não poderia acontecer! Eis que fomos, e nesse foi todo mundo mesmo. Sávia um beijo para você, que agregou valor e #statis. A gente quer sempre que vá, viu. Pessoa séria você.

Já no meio do mês chegou a hora de pegar o busão e ir para Jeri. Eu e Polly não sabíamos falar em outra coisa, nossos amigos já estavam achando chato. E piorou depois que a viagem acabou, só digo isso.

Chegamos para pegar o ônibus, depois de muita dificuldade para achar o local exato embarcamos. Já no Ceará, em Jijoca eu percebi que jardineira é o mesmo que pau de arara e eu nunca tinha andado. Subimos no pau de arara, atravessamos as dunas, muito lindo por sinal, avistamos a vila de Jericoacorara e ficamos mais felizes. Era um sonho se realizando. Meu amigo, deu mal tempo tomar café e um banho, quando nos avisaram que a Lagoa do Paraíso era o destino. Com um nome desses era só o que eu precisava. É o paraíso. E ainda tiramos as fotos nas redes que ficam dentro d’água. Oh invenção genial. Logo pela manhã a gente conhece a Ludmila, uma mineira muito “nuuuu” e o Neto, piauiense típico. Ah, a gente conheceu o W.e também, mas ainda não sabíamos disso. Arrocha, menino, vocês tudim são pessoas sérias. Também vimos o por do sol na duna de mesmo nome, levamos uma taca de areia, porém lindo.

Na mesma noite, fomos tomar mojitos, caipirinha, maracujarosca, cajarosca e Zogori. Por falar em Zagori – uma bebida destilada de uva de origem grega – teve o Demóstenes, um grego legal que não tinha nada de deus. Só gente mesmo. Também muito sério. E a folia da noitada foi marcada pelo We ensinando a dançar o Arrocha, segundo ele a dança é fundamentada em dois passos: os pés devem desenhar um W, e depois voltar em “e” minúsculo. Taí a causa o apelido do Gabriel. Ele tinha passado o dia ouvindo as nossas conversas na lagoa do Paraíso, sem dar um piu, quando a Lud chegou no hostel e percebeu que o bixim estava no mesmo quarto que ele. “Ohhh, vem com a gente, tu tava sozinho, lá na lagoa”, disse. W.e responde que até pensou em falar, mas desistiu e ressaltou que sabia de tudo que tínhamos conversado. Baiano esperto deve até ganhar o reconhecimento de indicação geográfica, como um ilustre de Feira de Santana. Pessoas seríssimas!

No outro dia, veio à pedra Furada, longe pra caralho, lagoa Azul (não é o filme, mas poderia), arvore da preguiça, e a Lagoa do Paraíso de novo, porque bom mesmo é o paraíso. Na noite, veio o caipirão, o Breno e o forró da Dona Amélia. Só foi triste porque o W.e foi embora. Explico-me, caipirão é uma caipirinha de 800 ml e que a dose é um copo americano. Valha-me como a gente foi feliz! O forró veio depois dos caipirões, pense aí! Breno, um pernambucano que tomou mais de dois caipirões, é caba muito sério. Até para ficar repetindo o nome do Demóstenes em pernambuquês. Tão bonitinho. A manhã chegou e vimos o amanhecer na praia. Acabou a viagem e voltamos sem olhar para trás e repetindo que lá era o melhor lugar do mundo. Vamos voltar Jeri, pode esperar.

O sábado seguinte, veio com todo o dadaísmo do Djavan. E eu revirei o coração ao ouvir Samurai. Agregamos a Lud em nossas vidas, o que foi sensacional. Djavan foi tão zen! Na saída quase não conseguíamos pegar um táxi, que dirá três. Nesse momento de luta para voltar para casa resolvemos que iríamos todas deixar uma garotinha em São Luís, a Andressa , filha da comadre da minha mãe, que passaria as férias na ilha. Cheguei a conclusão que levar adolescentes para outras cidade poderia ser a minha profissão. Antes de chegarmos a ilha maranhense, nos deparamos com um manifestação, e ficamos parados na estrada.

A estadia na ilha do amor, foi muito divertida e exótica. Exotismo também presente no povo maranhense, eu sou maranhense, é importante ressaltar. Fomos ao reggae no bar do Nelson, e a Polly quebrou uma garrafa de cerveja alheia e foi coagida a dançar, não deu muito certo para o dono da tal cerveja. Ele não era uma pessoa séria. Depois vieram a praia, o sol, os azulejos do centro histórico, o sorvete de coco na colher, os doces de espécie, o taxista Leandro péssimo informante sobre baladas legais. O Com Certeza, com certeza não é um lugar descolado. Na hora de voltarmos, bom aí já era dezembro.....



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